Sistemas de informações geográficas

O manejo de precisão precisa fazer convergir todas as informações com o sistema de informações geográficas. Por exemplo, o inventário florestal precisa conversar com o SIG por meio do uso das tecnologias atualmente disponível do sistema global de navegação por satélites e sensoriamento remoto. Bem como a exploração deve possuir um sistema de rastreamento por satélite. Assim, a partir do momento em que se opta por migrar para o manejo de precisão, todas as operações devem ser realizadas com o auxílio de receptores GNSS.

Durante a exploração de florestas nativas é necessário a localização precisa das árvores a serem cortadas, e a direção de preferencial. No entanto, o manejo de precisão vai além do que é preconizado pela legislação. Na busca de maior eficiência nas operações de manejo, técnicas como modelagem digital do terreno e da hidrografia possibilitam o planejamento das atividades pré e pós exploratórias. A distribuição dos ramais e pátios com base na real localização das árvores torna a operação mais rápida e barata. A localização precisa dos indivíduos de interesse diminui o deslocamento do skidder na floresta, reduz os impactos ambientais da operação, e monitora se as árvores que deveriam ser exploradas foram de fato extraídas. Com um bom planejamento, torna-se possível corrigir ações falhas antes que elas se acumulem ou impactem significativamente os custos da exploração.

A divisão e organização de sítios homogêneos também é outro ponto chave do manejo de precisão. Unidades de produção homogênea possibilitam prescrições personalizadas para a floresta. Pensando num SIG voltado para o manejo de florestas tropicais, destacam-se os seguintes passos:

  1. Diagnóstico da hidrografia.
  2. Delimitação das áreas de APP e RL
  3. Diagnóstico dos destaques topográficos
  4. Definição das áreas de restrição operacional
  5. Levantamento das árvores dentro dos critérios de exploração
  6. Escolha dos indivíduos a serem explorados
  7. Planejamento da extração, dos ramais e dos pátios
  8. Execução das atividades de exploração
  9. Monitoramento pós-exploratório

O diagnóstico da hidrografia é o primeiro passo para modelar os mais importantes limitações ambientais e operacionais. Rede hídrica é o principal componente na definição das áreas de preservação permanente, e também influenciam diretamente as restrições operacionais como o trânsito de máquinas. O principal produto para a realização desta etapa é o modelo digital de terreno.

A modelagem hidrográfica demanda um modelo digital de terreno não só da área de interesse mas também do seu entorno. A área de captação pode ir muito além das divisas de uma propriedade. Com base no modelo digital de terreno, a primeira etapa consiste na determinação da direção de fluxo de cada célula do modelo digital de terreno. Com base na direção de fluxo é possível determinar os pontos de acumulação da bacia. Estes dois modelos são então utilizados para delinear os cursos da água criando uma camada vetorial.

A modelagem hidrográfica permite determinar a rede de drenagem, o comprimento de um recurso hídrico, a diferença de cotas entre nascente e foz, a forma da bacia e a ordem dos cursos d'água da bacia. Uma vez determinada a rede hídrica e a direção do fluxo é possível a alocação de bueiros e pontes durante a construção de estradas florestais. A busca por um manejo sustentável passa pela minimização de impactos ambientais, reduzindo por exemplo a transposição de rios e igarapés. É possível ainda por exemplo, repassar para a equipe de campo, ainda no escritório diagnóstico detalhado da rede hídrica, incluindo as regiões de acúmulo de umidade.

O inventário 100% é a base para o planejamento da exploração florestal. Além das coordenadas geográficas, registra-se também a data e horário de coleta, altitude, zona, CAP (ou DAP), altura, área basal, volume, espécie, gênero, família, qualidade de fuste, entre outras informações. As árvores do inventário 100% são então separadas em em indivíduos destinados à exploração, indivíduos para estoque remanescente e indivíduos protegidos ou com restrições de corte.

Com resultado do inventário é possível determinar o potencial de exploração da floresta a partir de sua estrutura e composição. A operação de arraste por exemplo pode ser planejado com o auxílio do inventário 100% (desde que georreferenciado) e do modelo digital de terreno. O planejamento permite a antecipação de problemas de problemas, evitar pontos críticos seja por declividade seja por acumulação hídrica. Como consequência, ganha-se evitando surpresas e reduzindo danos à floresta.

Num SIG, considerando as árvores, a rede hidrográfica, a topografia e a APP é possível determinar áreas de restrições ambientais, áreas de restrições operacionais, o dimensionamento de estradas, pontes, pátios de madeira, tipo de transporte e outros. Se em todas as operações, houver a presença de um GPS trabalhando de forma contínua, a retirada das informações de campo do receptor GPS permitirá a criação imediata da primeira versão.

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